A partir de diversos manuscritos que se encontram em arquivos e bibliotecas de Beja e Évora e utilizando profusamente um manancial de cartas inéditas, a autora tenta traçar as características de um “antiquário” do século XVIII – a pessoa que estudava as “antiguidades” da sua terra e que pretendia publicar a História da mesma – Beja. Conseguimos compreender a personalidade do indivíduo, a sua teia de relacionamentos e os resultados práticos da mesma. Ao mesmo tempo, analisa-se que tipo de história local foi produzida. Para isso, transcreve em anexo a parte mais importante dos seus manuscritos, que será importante como contributo para a História de Beja mas também para a Arqueologia do Sul do País, dado o vasto conjunto de vestígios arqueológicos mencionados ou copiados.

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Da escrita da História diz Fr. Francisco de Oliveira o seguinte, em carta a D. Tomás Caetano de Bem: "he a minha cassa, jogo e pesca a que nada fuy inclinado. He o meu tabaco que nunca tomey, he o meu vinho que só lhe sei o sabor no sacrifício da missa".

Sendo uma cidade que não se caracteriza pela dimensão nem pela riqueza, Beja desde há séculos que cria e acolhe gente que se apaixona pela sua História. À semelhança de Fr. Francisco de Oliveira, outros, até aos nossos dias, continuaram a levantar a voz para sua defesa. Todos contam a história de uma cidade ancestral que teima em procurar a sua identidade e em se reinventar.