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Sinopse

Tendo como âmbito a relação entre o teatro e a sociedade, partindo da ideia de que o Auto da Fé, a cerimónia da Inquisição na qual, publicamente e com grande aparato, eram anunciados os condenados por heresia e as respetivas penas, possuía uma dimensão teatral, surge este livro. A igreja e o teatro estiveram sempre, de uma forma ou de outra, relacionados e, essa condição levava-me a pensar que as manifestações do poder religioso utilizavam procedimentos teatrais na sua elaboração e que haveria a consciência da eficácia do teatro enquanto instrumento de instauração da ordem e correção de comportamentos desajustados. No caso do Auto da Fé havia a particularidade de, em simultâneo, este operar enquanto instaurador de terror e enquanto festa. 

O público aderia a esta dupla função, exteriorizando as emoções, acompanhando vocalmente os cânticos e as orações e incitando os condenados não confessos a confessarem o seu crime. Sou e sempre fui esse tipo de homem que encontra na atividade do fingimento a melhor forma de se esconder e de se revelar. Desde a idade de seis anos que soube que queria ser ator - sem saber exatamente o que significava isso nem qual a importância que teria no seio da sociedade. 

Sentia apenas que não me cansava (e esperava nunca vir a cansar-me) de fingir. Estava longe de saber que esse fingimento era a minha tradução do conceito mais geral de representação. (…) Havia e há, pois, uma relação direta entre teatro e sociedade. Mas essa relação não se resumia a uma função de entretenimento ou a ser uma das formas de expressão artística do ser humano. Havia e há uma utilidade estética, no teatro, que lhe permite conformar uma ideologia ou um conjunto de normas de conduta. Deste modo, o teatro poderia funcionar como instrumento pedagógico e propagandístico.

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Autor

Bruno Schiappa

BRUNO SCHIAPPA, (08/10/1965 – Angola/Novo Redondo), é Doutorado em Estudos Artísticos pela ULisboa, na especialidade de Estudos de Teatro é Ator, Cantor, Sapateador, Encenador, Autor e Investigador Integrado do Centro de Estudos de Teatro. Profissional há 34 anos Palco, Cinema e Televisão, integrou a companhia de teatro canadiana Pigeons International 2001/2008. Prémios do Guia dos Teatros/Museu do Teatro: Melhor Espetáculo a Solo e melhor Ator num papel secundário, ambos de 2007, e prémio de coreografia da EGEAC, Marcha do Beato 2011. Assina aqui o seu 5o livro, resultado da investigação de pós doutoramento sobre Manifestações das Sexualidades. Reúne mais de 55 textos de teatro, da sua autoria e por si encenados, Encenou textos para a Seiva Trupe e Coreografou Cyrano (2002) e O Navio dos Rebeldes (2002 – nomeado para os Globos de Ouro), no Teatro da Trindade. O seu espetáculo Memórias de um psicopata, foi apresentado em Parius, no Kyron Éspace (2000). Desenhou um mestrado em Artes Performativas e Tecnologias Digitais e construiu o MST site.

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