«Viajamos por uma região que guarda no seu subsolo (ou no forro de paredes velhas) os fastos (nefastos) pouco conhecidos desse Garb islâmico, moçárabe e hebreu, étnica e culturalmente sincrético. Tais fastos, demanda de um arquipélago de investigação histórica cercado por um oceano de desinteresse (...), continuam a dar origem a estereótipos – os quais, por vezes, informam o conteúdo de mensagens publicitárias e assumem a forma de encenações para consumo turístico – mais do que a suscitar o seu conhecimento e respectiva divulgação. Omiti-los seria como negar a humanidade a estes antigos habitantes da Península Ibérica – ou arrancar do chão a nossa própria sombra. Da nossa parte, assinalamos aqui, ao longo da nossa viagem até (e por) Tavira, alguns dos marcos desse território que está a ser cartografado, escrevendo à beira da História.»

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1. Em A Conquista de Tavira é proposto um itinerário crítico pelo Algarve, pelo seu passado e pelo seu presente. O destino da viagem, sobre carris, é Tavira e o seu entorno, cuja descrição e fastos ocupam diversos capítulos deste livro de viagem e de divulgação científica onde o leitor encontrará também a poesia e a ficção. Assim, são entretecidos nesse roteiro histórico e literário um conto infantojuvenil de temática ecológica e antirracista («A visita de estudo») e a desconhecida «Aventura de Sancho Pança, o fiel escudeiro de Dom Quixote, o Cavaleiro da Triste Figura, no Reino do Algarve», vertida para Português pelo autor a partir do original de Cide Hamete Benengueli.