Paris, hotel Georges V. Quando Afonso olha os seus partners percebe que algo correu mal e entrega-se nas mãos do Criador. Entretanto, um assalto e uma nota assustadora presa na coleira do gato, estrangulado na casa de praia da Gelfa, mostra a Anna um mundo que até então não existia na sua vida burguesa e despreocupada. A não ser... as premonições da filha mais nova, que lhe lembram que descendem da Bruxa de Grade, uma aldeia recôndita no Alto Minho.

Personagens mundanos e rurais cruzam-se num ritmo alucinante, enquanto mulheres de todo o mundo desaparecem misteriosamente nas garras da rede de traficantes de armas e seres humanos. Mas a fé do casal, Afonso e Anna, mesmo perante armadilhas e feitiços mantém-se inabalável. A eterna luta entre o bem e o mal, traçando caminhos paralelos e dolorosos em que a alma humana por vezes sai estilhaçada. Amor, ódio, vale tudo na luta pela posse. E afinal, de quê? O que move estas almas que se mantém no fio da navalha, vivendo a espuma dos dias?

Temas como a emigração, a solidão, o desamor, a inveja, a miséria, desaguam num cadinho em que o veneno se transforma em amor, a solução possível mesmo que alcançado por caminhos tortuosos.

Trilhando percursos improváveis desde a República da Carélia, o Cazaquistão, Angola, Brasil, França, Canadá, o Alto Minho, Cascais, o leitor não ficará indiferente às misérias e delícias de que a vida é feita.

A todo este enredo não é Paula Teixeira de Queiroz alheia, já que percorreu a maioria dos países que descreve, assim como conhece a realidade citadina portuguesa tão bem como a aldeã. Trabalhou em Assuntos Europeus em Bruxelas onde pôde contactar com várias nacionalidades que a inspiraram para este enredo quase policial.