O livro Um Lápis no Punho, de João B. Ventura, é uma coleção de "fragmentos de ficção crítica" que explora o papel do leitor como co-criador de significados. Ventura entrelaça citações, reflexões e fragmentos de diversos autores e pensadores, como Walter Benjamin, Vila-Matas, Kafka e outros, para abordar a leitura e a escrita como atos que transcendem a mera interpretação. O autor propõe que ler e escrever são processos de transformação e conexão, em que o leitor experimenta o texto como uma construção viva, alterada por intertextualidades e interpretações pessoais. Ventura apresenta seu livro como uma narrativa fragmentária e cíclica, inspirando-se na ideia de um "volume circular" que, embora fragmentado, adquire sentido nas múltiplas conexões. Este trabalho não busca conclusões definitivas, mas celebra a liberdade de interpretação e a complexidade da experiência literária, tratando a leitura como uma dança de acasos e associações, uma espécie de mapa labiríntico que o leitor percorre, tal como um flâneur literário.