O que une o cabelo de Ana Bolena ao ténis? E Thomas More a Malinche, a princesa maia que influenciou a conquista do México? Uma ilustre cabeleira é o fio condutor desta vertiginosa narrativa que começa com uma partida de ténis e acaba por se revelar uma história alternativa da humanidade. A 4 de Outubro de 1599, dois jogadores encontram-se no court de ténis da Piazza Navona, em Roma, para defender um código de honra que deixou de fazer sentido num mundo sufocado pelo poder da Contra-Reforma. Um dos jogadores é Caravaggio, o jovem pintor que revolucionará a arte do seu tempo, o outro é Quevedo, o pessimista e turbulento poeta espanhol que marcou a literatura barroca. Ambos disputam a partida frente a uma plateia não menos famosa: Galileu, Maria Madalena e toda uma geração de papas sanguinários. A febre da pallacorda que tomou de assalto a Europa do século XVI é a coluna vertebral desta alucinante intriga. Mas Tie-Break é muito mais do que um romance histórico: é uma obra onde o passado factual serve de pretexto para especular sobre questões que ainda hoje são fracturantes.