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Detalhes do Produto

Sinopse

UM DOCUMENTO ÚNICO SOBRE A PESCA DA SARDINHA EM PORTUGAL,

UMA CELEBRAÇÃO DAS ARTES E DOS HOMENS DO MAR

Durante quatro anos, no âmbito de uma residência artística na Póvoa de Varzim, percorreu o mar português a bordo de várias embarcações, a partir de quase todos os portos de pesca do país, acompanhando a vida no mar de muitas tripulações. Uma viagem sem guião, que coloca em evidência a dimensão nacional da pesca da sardinha, a pesca das pescas do mar português, mas também uma saga humana pouco mais do que invisível, a não ser quando há notícia de naufrágios ou quando se reabrem os debates sobre a escassez do recurso. Com lançamento marcado para as próximas semanas, este livro procura documentar e homenagear as artes e os homens do mar da sardinha.

Sardinha, o sem fim da pesca do cerco é um projeto de fotografia documental, enquadrado na residência artística MAR|PVZ|19/20, realizada na Póvoa de Varzim. Esta publicação procura documentar aquela que é a arte de pesca mais importante em Portugal. O cerco integra a pesca da sardinha – símbolo bem português, centro das festas populares e principal espécie da indústria conserveira – mas não só, pois abrange espécies como a cavala, o carapau ou o biqueirão. Sendo uma publicação sobre a pesca, é inevitavelmente sobre as suas tripulações também: um contributo para o reconhecimento dos homens que passam as noites no mar atrás de um peixe que teima em escapar e que, tantas vezes, regressam sem sustento para os dias seguintes.

Um registo no limite do tempo

O que iria ser um livro sobre a pesca da sardinha, acabou por se tornar num estudo sobre a pesca do cerco; o que se iria centrar na Póvoa de Varzim, Vila do Conde e Matosinhos, acabou por se estender a todo o país….

Durante quatro anos (2018–2022), a partir de embarcações sediadas no norte do país, percorreu o mar português a bordo de vários de barcos, a partir de quase todos os portos, acompanhando a vida no mar de muitas tripulações, com atenção à dimensão holística do fenómeno das pescas e aos grandes debates atuais sobre a sustentabilidade da vida marinha.

Portos, lotas, armazéns, linhas de costa, mares e amuradas de embarcações, foram os pontos de escala desta viagem sem guião, que coloca em evidência a dimensão nacional da pesca da sardinha e a natureza móvel dos seus fatores de produção. Este é, aliás, um registo no limite do tempo. Num tempo em que a literacia dos oceanos se mostra mais indispensável do que nunca para travar os impactos sobre o planeta, é urgente pensar um futuro baseado numa nova economia do mar. E renovar o olhar sobre a pesca do cerco, que é, como sempre foi, uma luta entre a sobrevivência de uma espécie e a subsistência da outra.

Da autoria de Helder Luís, fotógrafo, designer e artista multimédia, também ele poveiro, criado no coração da comunidade piscatória, o livro conta com os contributos científicos de Álvaro Garrido, professor catedrático e diretor da Faculdade de Economia da Universidade de Coimbra, e de Diana Feijó, técnica do Instituto Português do Mar e da Atmosfera, a par das ilustrações científicas de Pedro Salgado, biólogo.

Ficar em terra não é opção

Os pescadores do cerco vão para onde o peixe vai. Idealmente, haverá sardinha perto de casa e, na sua maioria, os barcos vão para o mar à noite e voltam ao romper da manhã. O breve regresso a casa faz-se depois de descarregado e vendido o peixe e de munido o barco com combustível e gelo para o dia seguinte. Quando assim não é, os pescadores migram atrás do peixe, perseguindo-o pelo país fora, por vezes optando por não ter um porto fixo, durante meses longe de casa. A pesca do cerco é mesmo assim, longe do lar, nos barcos-casa, quase sem parar.

Mas o trabalho do cerco não acontece apenas no mar. Em terra, há muito trabalho feito antes, durante e depois da pesca propriamente dita, ao nível da gestão, abastecimento dos barcos, pequenas e grandes reparações nas redes ou mesmo avarias mecânicas. O cerco é também tempo do defeso, o período do ano em que os barcos não estão autorizados a pescar. Altura de recuperar com atenção as embarcações e as redes, elemento precioso. Um trabalho sempre de equipa e de camaradagem entre todos. Os pescadores do cerco não gostam de estar parados: um barco em terra deteriora-se; perde-se o ritmo e, sobretudo, o sustento.

Alguns detalhes de uma história que se procura traçar ao longo deste livro, cruzando o lado documental e artístico da fotografia, com informação técnica e didática sobre o tema. Parte de um universo de cerca de 20.000 imagens registadas ao longo de 4 anos, para apresentar a seleção que estabelece a narrativa principal, complementada com infografias e ilustrações científicas, procurando documentar e visualizar a complexidade desta arte de pesca. São apresentados enquadramentos históricos, entrevistas e notas biográficas de alguns pescadores, conteúdos sobre as técnicas de pesca, as espécies de peixe, os tipos de embarcações ou a construção naval.

Sardinha, o sem fim da pesca do cerco é apresentado nas próximas semanas na Póvoa de Varzim, primeiro no âmbito do Correntes d’Escritas, a 18 de fevereiro, no Cine-Teatro Garrett, e depois numa cerimónia oficial, a 25 de fevereiro, no Diana Bar, um evento que contará com a presença das edilidades, dos autores e dos contribuidores, bem como de muitos dos pescadores, armadores e tripulações que ajudaram a contar esta histórica, num momento que se tronará assim também numa celebração. O livro será depois apresentado, em jeito de itinerância, em datas a divulgar, pelas cidades costeiras de Viana, Matosinhos, Peniche, Ílhavo e Sines, entre outras.

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Autor

Helder Luís

Designer, artista multimédia, músico e fotografo.

Estudou design gráfico e tipografia e desde 1996 trabalha para inúmeras empresas e instituições dentro e fora de Portugal.

O seu trabalho de design gráfico foi exposto em vários eventos nacionais e internacionais e publicado em inúmeras publicações incluindo a revista Publish e o livro Marcas & Trademarks PT, aonde figuram várias marcas desenhadas por si ao longo dos anos.

Como artista multimédia desenvolveu inúmeros trabalhos individualmente e em coletivos como Ginsonic (com Dario Oliveira e Miguel Dias), Houselab (com João Paulo Feliciano, Rafael Toral, Rui Toscano e Rui Gato), Landscape (com João Pedro e Sérgio Gomes) ou System Modular (com João Santos e Carlos Lobo) entre outros.

Como músico integrou alguns projetos, entre eles Clockwork, e apresentou-se a solo como músico experimental em vários concertos explorando a guitarra como gerador de som. Colaborou também, como artista, designer multimédia e consultor, com artistas como Cesário Alves, John Baldessari, João Carrilho, João Paulo Feliciano, Julião Sarmento, Lawrence Weiner, Rafael Toral, Rui Horta, Rui Toscano, entre outros.

Apresentou o seu trabalho em exposições individuais e coletivas e em eventos ou instituições como Art Attack, Bienal da Maia, CAM/ACARTE, Curtas, Dança do Brasil (Rio de Janeiro), ESAD, ExperimentaDesign, Expo2000 (Hannover), Fonoteca, Fundação Calouste Gulbenkian, Porto2001, Museu de Arte Contemporânea de Serralves, Ravinia Classical Music Festival (Chicago), Rivoli, Silo – Espaço Cultural entre outros.

Em junho de 2018 apresentou no Museu de Arte Contemporânea de Serralves a instalação MAR, que abriu as portas para a exploração da temática do mar e dos pescadores e desde então tem vindo a fotografar, filmar e a capturar som a bordo de várias embarcações ao largo da costa Portuguesa e algures no Atlântico ao redor dos Açores.

Em novembro de 2018 apresentou, na Solar – Galeria de Arte Cinemática, a instalação Under the Above. Uma peça que explora a temática do afogamento e os sentimentos de abandono e solidão em alto mar.

Neste momento frequenta o mestrado de Fotografia e Cinema Documental na ESMAD com o objetivo de desenvolver o projeto documental intitulado 7 Barcos, 7 Vidas, 7 Mares sobre os pescadores da Póvoa de Varzim, integrado numa residência artística apoiada pela Câmara Municipal da Póvoa de Varzim.

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