Conto de Natal conta a história de Scrooge, um homem de negócios egoísta e avarento, que não suporta o Natal e nem faz questão de ser uma pessoa agradável com quem passa pelo seu caminho. Na véspera de Natal, quando chega a casa, coisas estranhas começam
a acontecer. O fantasma de Jacob Marley, o seu antigo sócio que morreu há alguns anos, aparece de uma forma medonha – cheio de correntes presas à cintura. Enquanto vivo, tinha sido exatamente como Scrooge e a sua punição era vaguear por toda a eternidade
carregando aquelas pesadas correntes, mas ainda havia esperança para Scrooge? Naquela noite, três Fantasmas do Natal iriam visitá-lo e levá-lo ao seu passado, ao presente e ao futuro, para que pudesse refletir sobre os seus atos.
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Charles Dickens
Charles Dickens nasceu em Landport, Portsmouth, na Grã-Bretanha, a 7 de fevereiro de 1812. Era o segundo de oito filhos. O seu pai, empregado nos serviços do porto e de espírito fantasioso, abandonou a instrução de Charles, que se foi educando, ao acaso, depois de sair da escola primária, que frequentou até aos nove anos.
Fugindo aos credores, a família mudou a residência para Londres, onde o pai de Dickens acabou por estar preso em Marshalsea, residência habitual de devedores insolventes. Toda a família viveu ali durante algum tempo, ficando Dickens abandonado a si próprio. Empregou-se numa drogaria, onde passou diversas humilhações, embalando durante dois anos pomada para calçado. Entretanto, o pai recebera uma pequena herança e tornara-se repórter parlamentar.
Dickens, a quem a mãe, uma mulher instruída, ensinara o que sabia, foi enviado para um colégio de Hampstead Road, saindo dali para um cartório de um advogado, experiência que surge, tal como vários episódios da sua infância, transfigurada em David Copperfield. Nessa altura, frequentou a biblioteca do British Museum e, em 1828, começou a fazer relatos parlamentares, mas só em 1834, ao ingressar na redação do Morning Chronicle, se lançou no jornalismo. O seu primeiro trabalho foi publicado em 1833 no Old Monthly Magazine e integrado na coleção Sketches by Boz, seu primeiro pseudónimo. Em 1836 casou com Catherine Hogarth, filha de um seu companheiro de redação, e publicou a obra que o devia tornar famoso, Os Cadernos de Pickwick.
Com tiragem inicial de 400 exemplares, o livro em
breve alcançaria os 40 mil exemplares. A partir de então,
Dickens escreveu vários romances, entre os quais Oliver
Twist (1839), A Loja de Antiguidades (1841), Martin Chuzzlewit (1843-44), David Copper eld (1849-50), Tempos Difíceis (1854), Little Dorrit (1855-57), Grandes Esperanças (1861) e o notável O Amigo Comum (1865). Dickens fez duas viagens à então jovem república da América, no decurso das quais foi entusiasticamente recebido. Mas a América desiludiu-o, como se pode ver nas suas American Notes (1842). Ao fim de vinte anos de casamento, Charles Dickens divorciou-se, dividindo entre ele e a mulher os filhos que tiveram. Já no fim da vida, viajou por Itália e foi convidado para conferências na Austrália. Em 1860 a sua saúde começou a fraquejar. Morreu em Londres a 9 de junho de 1870, sendo sepultado no Poets’ Corner da Abadia de Westminster.
Eça de Queirós resumiu deste modo a obra de Dickens: “Nenhum outro romancista possuiu como ele o poder de criar figuras vivas, e o dom supremo de comover e de produzir as lágrimas e o riso, de fazer sentir, de fazer pensar.”
E, de modo igualmente lapidar, Chesterton considerou
que “Dickens nasceu, viveu e morreu, mas a sua presença ficou para sempre”.
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