Raul Germano Brandão

Raul Germano Brandão nasceu na Foz do Douro a 12 de Março de 1867 e faleceu em Lisboa a 5 de Dezembro de 1930. Columbano Bordalo Pinheiro pintou um primeiro retrato dele em 1895 e Guerra Junqueiro apadrinhou-o com o prefácio de Os Pobres, onze anos depois, em 1906. Laços criados com o editor da Renascença Portuguesa Álvaro Pinto serão decisivos para o surgimento da sua obra-prima, Húmus, de 1917: o livro era tão invulgar para o seu tempo, que foi decisiva alguma ousadia do publisher, que depois do previsível fiasco comercial suportou ainda duas novas versões, em 1926 e 1929. Associado àquele movimento cultural portuense, Brandão aderiu depois ao colectivo da lisboeta Seara Nova, que ajudou a fundar em 1921 — no início de uma década excepcional de criação e revisão da sua obra, que inclui teatro, memorialismo, historiografia e literatura de viagens, como o admirável Os Pescadores, de 1923, que sem dúvida lhe “afinou a mão” para As Ilhas Desconhecidas, de 1927.

Obras de Raul Brandão

Húmus, 1917. Edição recomendada: Frenesi, 2000.

Teatro, inclui O Gebo e a Sombra, O Rei Imaginário e O Doido e a Morte, 1923.

Os Pescadores, 1923. Edição recomendada: Relógio d’Água, 2014.

El- Rei Junot, 1912.

Memórias. Edição com os 3 vols. originais, Quetzal, 2017.

A Morte do Palhaço e o Mistério da Árvore, com desenhos de Martinho da Fonseca, 1926.

A Farsa, com capa de Stuart Carvalhais, 1926.

Jesus Cristo em Lisboa. Tragicomédia em Dois Actos, com Teixeira de Pascoaes. Edição recomendada: Assírio & Alvim, 2007.

O Pobre de Pedir, póstumo, 1931. Edição recomendada, Ponto de Fuga, 2017.

A Pedra Ainda Espera Dar Flor. Dispersos, 1891-1930. Quetzal, 2013.