Lopes, Baltasar
Nasceu na ilha de São Nicolau, Cabo Verde, em 1907. No Seminário da ilha natal completou o ensino secundário. Na Universidade de Lisboa formou-se em Direito e Filologia Românica. Foi professor, e depois reitor, do liceu Gil Eanes na cidade do Mindelo, ilha de São Vicente. Nesta cidade exerceu também como advogado. Participou ativamente na vida cívica e literária, dentro do que era possível naquela colónia portuguesa, especialmente vigiada e reprimida sob o regime de Salazar, situação que aparece denunciada em Chiquinho. Foi uma das figuras mais destacadas do movimento chamado «dos claridosos» porque se reuniam em torno da revista Claridade, que criaram. Em 1947 publicou a sua obra mais conhecida, o romance Chiquinho, que haveria de marcar toda uma geração de escritores de Cabo Verde e permanecer como obra-prima da literatura em língua portuguesa. Baltasar Lopes morreu em Lisboa em 1989, com 82 anos. – Se eu tivesse continuado marinheiro, a vida seria melhor. Não me teria amarrado a esta tranca velha… – Nem eu a este pau velho… – Cala a boca, criatura. É destino que a gente traz da barriga da mãe…