Leopoldo María Panero

Poeta maldito das letras espanholas, tradutor e ensaísta, Leopoldo María Panero (1948-2014) cedo se rebelou contra o poeta oficial do franquismo – o seu pai, Leopoldo Panero –, o meio familiar burguês que o encurralava e o obscurantismo do seu país. Membro do clã Panero (que viria a inspirar, em 1976, um dos últimos filmes censurados em Espanha, El Desencanto, de Jaime Chávarri), irmão de Juan Panero e filho da contista Felicidad Blanc, estudou Filosofia e Letras em Madrid e Barcelona. Alcoólatra e heroinómano, abriu as portas aos seus demónios interiores, conheceu a prisão, o ar quente de Tânger, a clandestinidade, a depressão e o apelo do suicídio. Viveu décadas em instituições psiquiátricas, mas, sobretudo, nas livrarias e nos bares de Las Palmas. Vencedor dos Prémios Estaño e Quijote de Poesia, é autor de Así se fundó Carnaby Street (1970) e de Last river together (1980), e legou-nos uma obra sublimemente lúcida e transgressora.