Achdé & Jul

Achdé, como o seu pseudónimo indica, é um homem de tradição. Durante muito tempo, os ilustradores de banda desenhada, a começar pelo mais ilustre de todos, Hergé, criaram pseudónimos com base nas iniciais dos seus nomes. Daí Achdé, de H.D. (que em francês se lê justamente “achdê”), iniciais de Hervé Darmeton, nascido em 1961. Dizer que o jovem Hervé tinha vocação para o desenho é um eufemismo: com 3 anos de idade, já assinava a sua primeira história ilustrada! Depois de, em 1988, publicar o seu primeiro álbum de autor, intitulado Destins Croisés, assina em 1991, com 30 anos de idade, um contrato com as Éditions Dargaud. Após uma pequena incursão na revista Spirou, lança-se, com Widenlocher, na aventura de Woker (a história de Tarzan noutro planeta) e desenha Doc Veto, com argumento de Godard. Atualmente realiza um sonho de criança, trabalhando na série Lucky Luke.


Jul nasceu em 1974 nos arredores de Paris. Depois de completar os estudos, leciona História Chinesa na universidade. Porém, rapidamente se afasta dessa sua “primeira vida” e se torna desenhador. Começa por publicar os seus desenhos na Nouvelle République des Pyrénées, depois no Nouvel Observateur e, mais tarde, no Dépêche du Midi e no Marianne. Em 2000, ingressa na equipa do Charlie Hebdo. Para além do Charlie Hebdo, Jul desenha atualmente para publicações como Échos, Huma, Lire, Philosophie Magazine ou Fluide Glacial… A publicação da sua primeira banda desenhada, em 2005, marca um ponto de viragem: Il faut tuer José Bové, incursão no universo do altermundialismo, é um sucesso comercial! O seu segundo álbum, publicado no ano seguinte, aborda o choque de civilizações, através do diário íntimo da Senhora Bin Laden e das escapadelas edipianas de George W. Bush: La Croisade s’amuse conhece o mesmo sucesso do livro anterior! Em 2007, Le Guide du Moutard, sátira feroz e contundente da nossa sociedade, recebe o Prémio Goscinny.Em 2009, Jul dá início à sua primeira série, Silex and the City, uma saga familiar que contempla uma crítica implacável do nosso quotidiano e que se tem revelado um enorme sucesso editorial