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Sinopse

“Alguém teve de separar a vegetação para traçar um sulco
e seguindo o índice alcançar o segmento
na cronologia da estrada. A abertura para o vale consecutivo
desvendou-me o propósito secreto da civilização. Entre os
soluços da aragem
na mata abateram as formas primitivas. Tinham a consciência
de que cada instrumento é um braço obssessivo
e assumiram a missão nómada da mobilidade.

Estou a prever que um assalariado no acabamento da
superfície
escura pode ser essencial à finalidade.
Nem assim o alieno da sua existência rígida
nem a minha poética se alheia. Sistematizo para um fim
os dados do trabalho e dedico-me à perfeição

da poesia que defino como um documento. Todo o excesso
se acumula na História.”

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Autor

Fiama Hasse Pais Brandão

Dramaturga, tradutora e poeta, formada em Filologia Germânica na Universidade de Lisboa, exerceu actividade de investigação na área da literatura e da linguística. Revelou-se com "Morfismos", no âmbito da iniciativa Poesia 61, colectânea que reflectia uma tendência poética atenta à palavra, à linguagem na sua opacidade, na busca de uma expressão depurada e não discursiva. A criação poética de Fiama Hasse Pais Brandão impõe-se pela busca de uma expressão original, onde as palavras tentam evocar uma essência perdida, anterior à erosão do tempo e do uso corrente. A desconstrução das articulações do discurso e a sua metaforização provocam um estranhamento que conduz o leitor a despir a linguagem da sua convencionalidade e a entrever o acesso pela palavra pura a um tempo primordial. O critério de "amor pela leitura" que presidiu à versão de Cântico Maior pode, por extensão, ser aplicado à obra da autora que apresenta como fontes de emoção poética "o texto que cabe na pupila: o simultâneo, a grande cena das metáforas e das comparações, a Visão multiforme do Conhecimento (pus no coração a Sabedoria de Ezra), que é parcelar nas palavras e nas imagens e que só por acumulação diurna e através da absorção pupilar (como a do ar) tende para o Todo." ("Do prefácio de Cântico Maior", reproduzido em "Apêndice" a Obra Breve, 1991). Sob o Olhar de Medeia, a obra que marca a primeira incursão no romance por parte desta autora, foi publicado em 1998. Faleceu em Lisboa no dia 19 de Janeiro de 2007.


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