Detalhes do Produto
- Editora: Almedina
- Coleção: Fora de Coleção
- Categorias:
- Ano: 2002
- ISBN: 9789724016016
- Número de páginas: 260
- Edição: 2ª Edição
- Capa: Cartonada
Sinopse
Para os lados da Índia, algures na costa ocidental do sub-continente,
existe um lugar insólito. Quem lá chega pela primeira vez estremece e
duvida, estranha e reconhece, descobre mas continua a indagar. Muito. Em
Goa, nada é simples. Em Goa, tudo é complexo. Quais as razões do
sortilégio desta terra?
Para o estrangeiro, antes do mais, será a Índia, nação avassaladora e
perturbante. Depois, experimentará um sentimento de felicidade instilado
por uma natureza verde e tropical, batida pelo mar. Mas, então, notará
algo mais inesperado, sinais declarados de ocidente, mas de um ocidente
que ao mesmo tempo lhe é alheio e parece longínquo no tempo. São
igrejas, cruzes, casas, vestidos, hábitos, alimentos, palavras. Aqui,
até os outros indianos sentem dificuldade em reconhecer a paisagem como
familiar. Goa consegue este extraordinário paradoxo: é exótica naquela
que é para o resto do mundo a terra do exótico por excelência. E o seu
encanto é o do desencanto. Uma Índia que não o é, um Portugal que nunca
o foi porque nunca o poderia ter sido. Para ocidentais e indianos,
portanto, um mundo que embora soe estranho não é estrangeiro. Uma
fascinante imperfeição, pois.
Procura-se perceber e o mistério adensa-se. Eles pretendem falar pela
História, estes goeses, sejam eles católicos ou hindus. Mitificam,
contradizem-se, afirmam-se, interrogam-se, entristecem também.
Desconcertam. Brandem episódios violentos do passado quando tudo em seu
redor aparenta, pelo contrário, harmonia. Tanto, com efeito, desorienta
tão intensamente em Goa.
Mas que História foi esta que aqui se passou, afinal?
O que aconteceu em Goa foi um encontro. Um encontro entre indianos e
portugueses que durou 451 anos. Mas será chamar-lhe encontro apenas uma
fórmula polida de evitar uma outra palavra que se escreve de maneira
mais crua e dolorosa?
A colonização dos portugueses em Goa foi, também ela, atípica. Houve
quem lhe chamasse mestiçagem espiritual. Esse espaço de união mas também
de fricção entre duas culturas, esse tempo conjunto em que os goeses
foram forçados a engenhar todos os dias um novo acordo entre resistência
e rendição, teve consequências. Hoje, os goeses afirmam-se diferentes. E
são. Resta saber como e porquê.
Lê-se de fio a pavio e de um fôlego só.| Público
Um objecto cuidadíssimo e sensível.| Visão
Um dos livros mais cuidados e bonitos que ultimamente se editaram entre nós. | José Carlos Vasconcelos, JL
Merece que a ele nos dediquemos como elas a ele se dedicaram. Com amor.| Pedro Rolo Duarte, DNA