Stanley Cavell

Stanley Cavell morreu em 2018, prestes a completar 92 anos de vida. Nesse denso intervalo de tempo, afirmou-se como um dos mais brilhantes filósofos dos EUA. Nascido em Atlanta, numa família de sensibilidades artísticas várias, viria a estudar música na Universidade da Califórnia, mas acabou por decidir que não estaria na área musical o futuro dos seus interesses, e por dedicar-se ao estudo e ao ensino da filosofia, nomeadamente na Universidade de Harvard. Leu com extraordinária finura autores que assume como os seus mais diretos antecessores: Thoreau, Emerson e Wittgenstein, J.L. Austin (com quem conviveu) e Heidegger, entre outros. O seu papel como exegeta dos modernos filósofos europeus e norte-americanos é tão relevante quanto aquele outro que o tornaria mais conhecido, o da autorização, ou legitimação, dos estudos de cinema no meio académico. Não menos significativo do que esse gesto de integração de objetos da cultura popular no âmbito do conhecimento universitário é o contributo de Stanley Cavell para um estilo filosófico conversacional que recupera algo do diálogo socrático.


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