Séneca

Falar de Séneca (c. 4 a. C. - 65 d. C.) é falar de um dos nomes maiores da cultura ocidental. Nascido em Córdova, na Hispânia, foi em Roma que se afirmou como advogado e político, filósofo e dramaturgo. A sua relação muito próxima ao poder - enquanto preceptor e conselheiro de Nero - fê-lo passar da ventura à desgraça: se durante algum tempo exerceu uma influência preponderante ao leme do Império, nos últimos anos da sua vida perdeu toda a autoridade e, arrolado na conjuração de Pisão, suicidou-se por ordem de Nero, com uma serenidade e uma dignidade que Tácito não deixa de sublinhar. Figura cimeira do estoicismo romano ou imperial, privilegiou as reflexões sobre a ética e, dentro desta, a meditatio mortis (preparação para a morte). A sua obra, muito ampla e variada, em prosa e em verso, conta com inúmeras obras filosóficas (Diálogos, Da Clemência, Dos Benefícios, Questões Naturais, Epístolas Morais a Lucílio), um panfleto político (A Metamorfose em Abóbora do Divino Cláudio) e dez tragédias (Édipo, Fenícias, Agamémnon, Troianas, Medeia, Tiestes, Fedra, Hércules Enlouquecido, Hércules no Eta e Octávia), as únicas que, de todo o teatro romano, se conservaram na íntegra e chegaram a gozar de mais popularidade do que as gregas, tendo sido muito apreciadas por renascentistas e barrocos.


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