Rita Sineiro

Nasci no Porto, numa noite de lua cheia de um ano do Dragão. Cresci com uma fita muito azul no cabelo e os olhos ancorados no mar. Desde muito pequenina que falo mais do que é preciso e as mãos estão sempre a cair-me para as ancas (sobretudo quando leio as notícias). Dizem-me que sou muito do lugar de onde vim, e para mim isso é um elogio. 

Quando era menina, os adultos mandavam-me para os livros para descansarem de mim e eu percebi logo aí que os livros eram o melhor lugar para eu descansar deles. Funciona até hoje. 

Ser escritora era a minha brincadeira preferida. Ainda é, na verdade, mas agora brinco mais a sério. Acredito com o meu coração inteiro que o meu lugar no mundo é escrever e contar histórias; não saberia ser de mais lugar nenhum. Segundo dizem, estou a passar por uma fase mais rebelde, assim mais ou menos desde que nasci. E eu cá acho que deve ser por isso que nos meus sonhos mais secretos eu sou também uma revolucionária.