Mattia Denisse

MATTIA DENISSE (Blois, França, 1967) vive em Lisboa desde 1999. Estrangeiro ou extraterrestre, Mattia Denisse nunca se sentiu de nenhum lado. Por não ter paciência para esperar ser condenado por outros ao exílio, viajou. Pela Europa, África e Brasil, procurando algures o que poderia ter provavelmente achado se ficasse lá onde estava. Como “é preciso traficar alguma coisa enquanto se espera que a noite venha”, escolheu a arte ou a arte escolheu-o, como meio, para sobreviver. Aos 7 anos e meio, instala-se no meio da planície no campo vizinho com um cavalete e uma tela e pinta uma paisagem de montanha que forma uma baía, no horizonte, com o mar. Descobre, espantado, “que a arte é o lugar de todos os possíveis”. Depois da pintura como iniciação, explorará sobretudo a instalação como “espaço trópico”: projeto de reconstrução à escala planetária de uma “paisagem paradigmática”. O conjunto destas obras seria o ressurgir “de um paraíso” do qual se reencontrasse os fragmentos dispersos à superfície do globo. Em 2006, parte para Cabo Verde onde experimenta a insularidade. Nesta vida, onde o tédio é uma condição sine qua non do destino, escreve e desenha, que são, para ele, dois meios de passar, sem intermediários, de um pensamento a “qualquer coisa”. De regresso a Lisboa, Mattia Denisse dedicou-se quase exclusivamente ao desenho e à escrita, trabalho centrípeto em relação ao lado centrífugo das viagens.


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