Maria Velho da Costa

Nascida a 26 de junho de 1938, em Lisboa, Maria Velho da Costa licenciou-se em Filologia Germânica pela Universidade de Lisboa e obteve o curso de Grupo-Análise da Sociedade Portuguesa de Neurologia e Psiquiatria. Ficcionista, ensaísta e dramaturga, é coautora, com Maria Isabel Barreno e Maria Teresa Horta, de Novas Cartas Portuguesas (1972), um livro que se tornou um marco no nosso país pela abordagem da situação das mulheres nas sociedades contemporâneas e que viria a ser apreendido pela polícia política do antigo regime pelo seu «conteúdo insanavelmente pornográfico e atentatório da moral pública». A sua escrita situa-se numa linha de experimentalismo linguístico que viria a renovar a literatura portuguesa nos anos 60. Entre outras obras, destacamos O Lugar Comum (1966), Maina Mendes (1969) e Casas Pardas (1977), Prémio Cidade de Lisboa, Lucialima (1983), Prémio D. Dinis da Fundação da Casa de Mateus, Missa in Albis (1988), Prémio de Ficção do PEN Clube, Dores (1994), um volume de contos em colaboração com Teresa Dias Coelho, ao qual foi atribuído o Prémio da Crítica da Associação Internacional dos Críticos Literários e o Prémio do Conto Camilo Castelo Branco, e Myra (2008), Prémio Correntes d’Escritas. Em 1997, foi-lhe atribuído o Prémio Vergílio Ferreira da Universidade de Évora, pelo conjunto da sua obra, que se encontra traduzida em várias línguas. Em 2002 foi distinguida com o Prémio Camões, cujo júri lhe elogiou «a inovação no domínio da construção romanesca, no experimentalismo e na interrogação do poder fundador da fala». O Prémio Vida Literária, da APE, foi-lhe entregue em 2013, dois anos depois de ser feita Grande-Oficial da Ordem da Liberdade. Em 2003 já havia sido feita Grande-Oficial da Ordem do Infante D. Henrique. Faleceu a 23 de maio de 2020, aos 81 anos.


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