Joshua Ruah

Por exemplo, eu provavelmente sou berbere.

Não se tem a certeza porque o meu apelido em hebraico pode ler‑se de duas maneiras diferentes, ou aquela que eu uso, e que quer dizer «espírito ao vento», ou um nome que existia no Médio Oriente, que se escreve com as mesmas letras e se pronuncia «Revah». Sempre que lá vou dizem que sou berbere, porque na opinião dos marroquinos não tenho cara nem de judeu nem de mouro. A mim tanto me faz, porque, na realidade, sou um judeu‑português. Com a diáspora, os judeus adquiriram uma característica muito especial, que é a biculturalidade. Eu não sou um homem de práticas, mas se quiser posso seguir as tradições judaicas e ao mesmo tempo ser sócio do Benfica e gostar de sardinhas assadas.



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